sexta-feira, 5 de setembro de 2008

O Metro até podia ser de graça...


Eu sei que tenho uma certa "fixação" com o Metro de Lisboa... não precisam de me alertar para tal... Já ando a tomar uns comprimidos para a coisa... mas, bolas... há meses que penso nisto... se o Metropolitano de Lisboa quisesse, ninguém tinha de pagar passe, ou então o passe mensal custaria uns € 2 ou € 5.

Como?

PUBLICIDADE

Exactamente. Publicidade.

Alguns lugares comuns: A Publicidade gera milhões. As empresas gastam milhões em Publicidade. A Publicidade está em todo o lado.

Ninguém duvida disto, pois não? Então vamos dar como adquirido...

Entendo que as estações de Metro poderiam ser muito mais rentabilizadas do que já são.

Conhecem o Metro de Paris? De Barcelona? De Londres? Então sabem de que estou a falar.

As nossas paragens de Metro têm metros e mais metros de paredes desnudas. Estive ontem na do Terreiro do Paço e é um exemplo GRITANTE disso mesmo.

É uma estação gigante e grotesca. Apenas com um painel colorido ao fundo do nível superior.

Deveria haver muito mais espaço para venda de publicidade.

É claro que a publicidade das gares propriamente ditas tem de ser mais cara do que as dos túneis de acesso porque são vistas de dentro do comboio, pelos passageiros, independentemente de saírem ou não nessas paragens, contudo, existirão com certeza gares do Metro que têm uma afluência diária de pessoas a rondar os vários milhões, e esses passam pelos diversos túneis.

Já pensaram porque razão existe jornais gratuitos? E porque são gratuitos? E onde são distribuídos? Pois é... nos transportes públicos, principalmente nos Metropolitanos de Lisboa e Porto.

E só vos peço que pensem nisto: A Google, uma das maiores empresas do MUNDO, vende o quê?

E-mail? Um motor de busca? A possibilidade de utilizar um processador de texto, uma folha de Excel, um Calendário online? Um espaço para colocar fotografias de forma organizada? Um espaço para colocar videos? Mapas do mundo inteiro com vistas em 3D?

Não. A Google dá tudo isso de graça.

E porquê?

Porque é tudo pago com a publicidade que vende.

Quanto mais pessoas utilizarem os serviços gratuitos da Google, maior público-alvo têm para direccionar publicidade, e mais cara se torna a mesma, subindo, naturalmente, também a procura dos anunciantes.

Já repararam que os jornais gratuitos passaram a ter as capas patrocinadas por campanhas publicitárias?

A publicidade nos jornais gratuitos chega rápido, barato e a muita gente.
A publicidade no Metro também poderia chegar...

E todos poderíamos pagar menos para andar de Metro.

E talvez houvesse dinheiro para lavarem a urina da gare do Marquês de Pombal que uma pedinte habitualmente se entretém a fazer escorrer pelas escadas abaixo do acesso à linha amarela em direcção a Odivelas.

E talvez houvesse dinheiro para lavar convenientemente o elevador de acesso à superfície da estação do Marquês de Pombal para que não cheire a excrementos humanos.

Talvez...

Satisfação/Devolução... Afinal é secular!


Mudei recentemente de casa.

Entendi que necessitava mudar as lâmpadas incandescentes (de luz amarela normal) da cozinha para umas de luz branca e economizadoras.

De início nem sabia se existiriam ou não lâmpadas economizadoras de luz branca, mas vim a perceber que sim.

Não me apetecia nada recorrer às lâmpadas flurescentes que nos habituámos a ver nas cozinhas das nossas mães e avós (e até era o que eu tinha na anterior casa, que estou a vender... já agora, espreitem aqui) e por isso lancei-me na busca das tais lâmpadas de luz branca.

Encontrei umas no AKI, mas como tinha dúvidas quanto à intensidade da luminosidade para a área da cozinha em causa (que é um pouco acima do normal, daí ter de levar duas lâmpadas de tecto) perguntei se podia experimentar em casa e trocar caso não ficasse contente. Em suma, perguntei se o AKI também tinha uma política de Satisfação/Devolução. Felizmente sim.

A política de Satisfação/Devolução é o que nos permite resolver um contrato de compra e venda, recebendo o dinheiro pago ou um crédito para gastar noutros produtos, "porque sim", i.e. sem ter de apresentar qualquer justificação.

Os consumidores, hoje em dia, estão de tal forma habituados a comprar, levar para casa para experimentar e trocar se não servir ou não gostarem - podendo simplesmente dizer, por exemplo, que o computador portátil não combina com a cor dos cortinados da sala -, que julgam - e eu sei do que falo - que isto é um direito que se lhes assiste legalmente, i.e. hoje em dia a grande maioria dos consumidores pensa que pode comprar a primeira coisa que vê na prateleira e ir trocar se afinal não servir, não for compatível, ou for de outro planeta totalmente diferente.

Deixem-se ser claro: NÃO PODE

Ou melhor, só pode se a loja deixar. E há muitas que têm essas políticas afixadas nos estabelecimentos. A FNAC, o Continente/Worten/Vobis, o AKI, entre muitas outras que não me lembro agora.

Não confundir com os contratos celebrados à distância, como por exemplo as compras online ou por catálogo. Nesses casos a lei efectivamente permite a resolução do negócio, sem qualquer justificação, no prazo máximo de 14 dias após a recepção do bem - é o chamado período de reflexão -, por isso abusem lá da Amazon e da La Redoute que a coisa é pacífica.

Assim, o AKI permitiu-me trazer umas lâmpadas economizadoras de luz branca para experimentar na cozinha. Resultado: eram de fraca intensidade e deixavam a cozinha envolta num cinzento mortiço.

Devolvi. Não troquei porque não tinham nada mais forte.

Descobri que a Gillamp tinha uns "canhões" muito fortes que, em demonstração na loja, me pareceram adequadas. Problema: Não trocam. Acho que trocam tudo, menos lâmpadas. Pelo menos foi isso que o tipo disse... talvez porque eu só me preparava para comprar lâmpadas.
Se calhar o Sistema Não Permite.

Disse "Muito obrigado, mas sendo assim vou continuar à procura.". E a Gillamp deixou de vender uma lâmpada de mais de € 20 (aliás, 2 lâmpadas).

Eu estava à procura de umas lâmpadas economizadoras de luz branca, com mais de 25W, que correspondessem a mais de 125W do incandescente. Tentem. Vão ver como é difícil.

Acabei por encontrar numa micro loja de comércio tradicional na Avenida Almirante Reis. Acho que se chama qualquer coisa Rodrigues, que é nome do Senhor, já de muita idade, acompanhado ao balcão pela sua esposa (também idosa), ambos muito simpáticos, que amavelmente me atenderam numa "late afternoon" de sexta-feira.

E o Senhor lá me foi sugerindo umas lâmpadas "americanas" enquanto me ia referindo que se calhar as que eu comprei no AKI eram "chinesas" e que tem encontrado muitas assim mortiças e ranhosas vindas do oriente. Enquanto isso, a sua esposa ia concordando comigo que na cozinha precisa-se de luz branca e forte e que eu faço muito bem em trocar.

Vendo a minha relutância no investimento, O Sr. e a Sra. Rodrigues disseram então: "O Senhor leva para casa e experimenta. Agora não! Porque ainda há luz. Mais logo. O melhor é jantar com a sua mulher à luz da lâmpada e logo vêm. Leva aqui um papelinho para vir trocar, se não gostar. Se gostar, logo se faz a factura".

E assim foi.

Sábado de manhã lá estava eu para comprar a segunda lâmpada. São um espectáculo as lâmpadas que o Sr. Rodrigues me vendeu. Desafio-vos a encontrar melhor.

Foi assim que percebi que afinal esta coisa da Satisfação/Devolução não é nada de novo. Afinal sempre existiu. Nós é que nos esquecemos....