domingo, 23 de setembro de 2007

Não há regra sem excepção

Hoje apetece-me dizer bem.

Muito se tem falado, em fóruns mais ou menos privados, que a FNAC, agora que já fidelizou uma grande fatia de consumidores portugueses, passou a "mostrar as garras" com preços muito menos convidativos e com manobras publicitárias e crédito ao consumo que em nada vieram beneficiar o mercado.

Muito dizem "Os tipos são especialistas em tudo, explicam tudo o que precisamos saber, e depois descemos as escadas" - em clara alusão às lojas do Centro Comercial Colombo - "e vimos comprar à Worten mais barato."

Por vezes é mesmo assim. A Worten por vezes tem mesmo preços mais competitivos do que a FNAC.

Mas terá a Worten a atenção ao cliente e a capacidade técnica que têm as pessoas que trabalham na FNAC para explicar exactamente o que é melhor para as nossas necessidades concretas?

E isso não tem valor? Não se paga?

Fica a questão.

A verdade é que aqui há uns dias eu estava com um problema no meu desktop de casa. A ventoinha que arrefece o processador parecia uma turbina de avião e não podia deixar o PC ligado umas horas que já se ouvia o barulho em toda a casa.

Pensei em comprar uma ventoinha silenciosa.

Dirigi-me à FNAC do Colombo e disseram-me para falar com o rapaz da assistência a computadores que fica localizada junto à área dos cartões de cliente.

Estivemos cerca de 20 minutos a discutir, com ele a explicar-me vários procedimentos técnicos que eu deveria fazer na máquina. Coisas de que nunca tinha ouvido falar.

Discutimos preços das ventoinhas "Cerca de 30 a 40 euros" dizia-me ele.
Mas aconselhou-me a fazer uma limpeza primeiro e aplicar uma nova pasta que transfere o calor do CPU para a ventoinha, pois a de origem poderia estar gasta.

Saí de lá com um tubinho de pasta que me custou 3 euros.
Segui os procedimentos que me indicou e desmanchei o computador quase todo, motherboard incluída.
Quando montei pensava que já nada iria funcionar.

Resultado: problema resolvido.

Hoje a ventoinha é quase um gatinho a ronrronar e aqui fica o meu agradecimento público por 20 minutos de explicação técnica para vender uma bisnaga de 3 euros.

Haverá outra loja assim?

Para mim continua a ser a favorita.

Ainda agora lá comprei um router wireless e nem pensei duas vezes no conselho que me deram. Confirmei depois preços e adequação ao que pretencia e tudo bateu certo.

Se não estivesse satisfeito sempre poderia devolver no prazo de 30 dias e dizer "Não fica bem com a cor dos cortinados" e teria o dinheiro de volta. Isto é impagável.

Há coisas que também merecem de que se fale bem.

Hoje foi o caso...

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Por favor entendam-se...

Já há algum tempo que não escrevia, mas o facto de ter batido o recorde de queixas no Livro de Reclamações espevitou-me.

Num só dia vi-me forçado a escrever duas vezes no Livro de Reclamações do Metropolitano de Lisboa.

Mas, verdade seja dita, a responsabilidade deve ser dividida entre o Metro e a Rodoviária de Lisboa.

Pois é a "guerra" entre estas duas empresas (e outras) que tem vindo a prejudicar os consumidores.

E como?

Bom... quem habita em Lisboa já saberá certamente que existem hoje em dia passes com chip que servem, entre outras, para utilizar no metro, para abrir as cancelas, e para nos identificarmos na Carris.

Trata-se de um investimento que estas duas empresas, de capitais públicos, fizerem, com o apoio do Governo, que as empresas privadas não querem seguir sem que o Governo também as apoie. E temos a guerra lançada.

A Rodoviária de Lisboa mantém o sistema de senhas.

Assim, e passando para o meu caso concretro, eu adquiro um passe combinado Metro/Rodoviária de Lisboa, que tem necessariamente de ser exteriorizado através de uma senha.

Não posso adquirir o passe de nenhuma das formas electrónicas que já existem, pois não basta carregar o chip com informação. Tenho de ter selo.

Para aquelas pessoas que adquirem só passe de Metro, válido por 3o dias, é totalmente indiferente o dia do mês em que o compram, pois a sua validade é por 30 dias, não terminando no final do mês.

O meu passe é diferente. É mensal. Por isso, se não o adquirir a dia 1, estou a perder dinheiro.

No dia 1 de Setembro, Sábado, tentei comprar a senha de passe na estação de Odivelas.

Ambos os balcões estavam encerrados. Estão encerrados ao fim de semana. Disse-me o funcionário que "quem está lá em cima acha que as pessoas não compras passes ao fim de semana".

Resultado: queixa no livro de reclamações.

Depois de ter comprado um bilhete, diz-me o funcionário que talvez na pastelaria em frente vendessem o passe. Eles não vendem, mas os agentes espalhados por aí, por vezes, têm. !?!?!?

Cheguei ao Campo Grande, interface e vende de passes por excelência, e encontrei os balcões de venda de passes abertos.

Contudo "Não vendemos esse passe ao fim de semana. Só segunda-feira"

E eu disse: "Mas hoje é dia 1. Por acaso vão-me pagar os bilhetes que comprar hoje e amanhã (Domingo)? Ou fazer-me um desconto de 2 dias no preço do passe?"

Resultado: 2ª queixa no livro de reclamações no mesmo dia.

Esta foi algo caricata, porque o livro de reclamações já estava gasto e tiveram de ir buscar um novo. 8-)))

A razão de ser de tudo isto é pressionar as pessoas a reclamar junto da Rodoviária Nacional - sim, porque o metro vende passes de 30 dias em formato electrónico, disponível 24 horas por dia - e outras empresas que não adiriram ainda o mesmo sistema.

Mas pressionar à custa de quem? Do consumidor, claro.

POR FAVOR ENTENDAM-SE DE UMA VEZ POR TODAS. É o apelo que eu faço.